Por que está todo mundo falando sobre economia criativa?

Para responder a essa pergunta, é necessário primeiro explicar o que é Economia Criativa, pois por mais popular que seja ou esteja sendo, ainda há quem não conheça e/ou nem ouviu falar. O mercado criativo é um segmento que todos utilizam, mas poucos sabem os valores e propósitos que estão por trás dessa engrenagem.  E para também (ainda) não falar dos valores da economia criativa – pois cada um tem o seu, mas todos eles se encontram – o conceito desse mercado consiste em utilizar o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual nos processos de criação, produção e distribuição de produtos e serviços e quem diz isso é o inglês John Howkings, pesquisador e autor do livro “Economia criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas – 2012”.

E por que algo que sempre existiu está tendo uma popularidade agora, nos anos 2000, 2013, ou neste ano corrente de 2024? Bom, para ser mais objetiva, podemos dizer que o retorno do Ministério da Cultura (MinC), fortaleceu os olhares e a esperança para o setor da economia criativa, sabendo que houve e haverá políticas públicas de incentivo a esse segmento como as leis “ Paulo Gustavo” e “Aldir Blanc”, onde os gestores municipais e estaduais deverão solicitar e utilizar os recursos dessas leis para incentivo das indústrias criativas no seu referido local.

Falando em dinheiro, podemos apresentar dados recentes como por exemplo um estudo da FGV que demonstrou que a cada R$ 1,00 investido na Lei Paulo Gustavo no estado do Rio de Janeiro, o retorno é de R$ 6,51. O show da Madonna, ocorrido em maio deste ano também no estado do Rio de Janeiro, gerou mais de R$ 300 milhões de reais em retorno para a esfera pública. Trazendo os dados para o nosso estado de Alagoas, segundo o observatório do Itaú Cultural, o mercado da economia criativa em Alagoas teve um acréscimo de 25% de empregos entre o quarto trimestre de 2022 e 2023, ficando em terceiro lugar em todo Brasil. E podemos dizer que isso é visível para além dos números, o mercado da economia criativa não movimenta apenas ele mesmo, mas alimenta a economia em geral.

A popularidade se dá a essas notícias maravilhosas, como também ameaças à cultura: a extinção do Ministério da Cultura no ano de 2019 foi um efeito para que se pulverizassem questionamentos quanto a relevância do mercado cultural. Recentemente, vimos a crise nas industrias cinematográficas na Argentina, que é referência mundial, onde foi interrompido o recebimento de novos projetos audiovisuais por 90 dias. Tais questionamentos tentavam definir se a cultura deveria ou não ser investida com dinheiro público, tiveram debates manifestados fortemente na internet e também nas ruas. Modificar o ideário de que o desenvolvimento socioeconômico é composto apenas em industrializações e comercializações é um dos principais desafios aos fazedores de cultura e aos empreendedores tecnológicos, dentre outros.

A materialidade da economia criativa está no nosso dia a dia e na nossa cidade. As soluções criativas perpassam por três eixos: inovação, conexão e cultura. Um grande exemplo de cidade criativa é o município de Pão de Açúcar/AL, que tem a 18 km o povoado Ilha do Ferro, hoje mundialmente reconhecido por seu artesanato: o bordado “boa noite” e peças em entalhe de madeira. A tradição do artesanato na Ilha do Ferro contribui para o fortalecimento de identidade cultural e isso é economia criativa para além do seu reconhecimento financeiro, ocasionando a capacidade de reconhecer a própria história e olhar para o futuro com mais humanidade.

Regiane Rodrigues

Regiane Rodrigues

Contadora com MBA em Contabilidade e Direito Tributário - IPOG, Controller Audiovisual e Atriz. Atuante no segmento da Economia Criativa desde 2011.

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